terça-feira, 22 de novembro de 2016

Resenha: Cartas de Amor aos Mortos - Ava Dellaira

Título: Cartas de Amor aos Mortos
Autora: Ava Dellaira
Editora: Seguinte
Ano: 2014
Páginas: 344
Adicione: Skoob

Sinopse: Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky.
Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era — encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um — é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho.




E ainda não sei como dar sentido ao mundo."

Laurel é a filha mais nova e mantém grande admiração por May, sua irmã mais velha. Após a trágica morte da irmã na primavera, Laurel vê sua vida desmoronar como um castelo de cartas. Ela é o tipo de pessoa que tenta guardar tudo para si e acha que precisa ser forte assim como a irmã era. 

Como diz na sinopse, a história começa a ser contada através de uma atividade que a professora de inglês passa, que é escrever uma carta para alguém que já morreu, é a partir daí que a história começa a se desdobrar, e começamos a entender o que levou a morte de May e tudo o que aconteceu na infância das duas.


Os pais de Laurel se divorciaram poucos anos antes de May falecer, depois do divórcio elas passaram a morar uma semana na casa do pai e outra no apartamento da mãe, depois que May se vai, Laurel passa a semana, que era para ser da mãe, com a tia Amy, já que sua mãe foi passar uns tempos na Califórnia para tentar lidar com o luto.


Nesse momento Laurel vai para o Ensino Médio e decide não estudar aonde sua irmã estudava, no Sandia e acaba indo para West Mesa, lá ela tenta imaginar como era o ensino médio para sua irmã, além de fazer novas amizades, entre elas Natalie e Hannah. Além de se interessar por Sky, um garoto muito misterioso que foi expulso de seu antigo colégio e que, assim como a menina, não se abre muito. Depois de um tempo ele acaba namorando com Laurel, mas terão que enfrentar vários sentimentos.


No decorrer do livro a gente vai lendo as cartas e tentando entender a personalidade e ambiguidade do sentimentos da Laurel. As cartas contam o que está acontecendo no presente e conta fatos do passado que ajuda o leitor a montar o quebra cabeça. A história se desenrola de uma forma muito interessante, além de descobrir mais sobre a personagem conhecemos mais dos famosos para a qual as cartas são escritas.



Sinto que estou me afogando em memórias."

Fiquei um pouco de receio no começo do livro, porque não gosto quando os autores colocam como se beber e fumar fosse a solução para os problemas adolescentes ou uma forma de interação social, eu estava tendo a mesma sensação de quando li Quem é você, Alasca?, mas a autora conseguiu reverter esse sentimento no decorrer da história.

Achei a Laurel um pouco imatura em alguns momentos, mas ao mesmo tempo tentava ser forte, ela é bem ambígua e confusa em diversos momentos, mas o leitor só começa a entender  isso quando vai desvendando o passado dela. E acaba entendendo um pouco do medo que ela sente em seguir em frente.

Laurel está passando por um momento muito complicado, o luto, o começo do ensino médio, novas amizades e a descoberta do amor. Ela precisa de apoio, mas a partida da mãe para a Califórnia dificulta mais ainda, levando a crer que ela era a culpada pela morte da irmã. Por um lado eu até entendo a mãe dela de querer lidar com o luto sozinha, mas acho que a família é extremamente importante nesse processo e é isso que a Laurel tenta mostrar para a mãe através dos telefonemas.

As cartas ajudam a Laurel passar por todo esse processo, é um novo jeito de ver a vida, superar o luto e seguir em frente.


Tentei ser forte como a May, esperta e livre"

Cartas de Amor aos Mortos conta uma história delicada, cheia de fragilidades cotidianas e que nos ensina que devemos sempre seguir em frente. Aprendemos junto com a Laurel que o melhor é sempre expressar o que sentimos e o que estamos passando, antes ela era uma menina fechada com dificuldades de se expressar. E no fim, ela mostrou-se forte do seu jeito, criou a própria personalidade e saiu da sombra da irmã. E trouxe uma linda mensagem de amor a todos nós.

Além de me fazer pensar, qual a visão ou mensagem eu deixaria para meus amigos, minha família ou minha irmã se eu partisse hoje.

Nós estivemos aqui. Nossa vida teve valor."

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